domingo, 30 de agosto de 2009

Pedido perdido

moça,pelo amor de deus
dança na chuva comigo
molhada de risos
parada,firme
sem mexer.
moça,
se molhe comigo
se dane comigo
se seja,se suma
seja eu,comigo
me deixa ser.
mas olha,moça
por favor
faz chover..

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Esses dias compridos..
a gente tem que encurtá-los.

José Severino. Pai,recitador de cordel,violeiro,inspirador(inocente) de um monte de versinhos e ébrio nas horas vagas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

canto-"se"

tela: Sun in an Empty Room (1963) - Edward Hopper

onde está teu sorriso,
que às vezes pisco
e já é gargalhada?
onde estão os cabelos compridos
os olhos bonitos,
a cara engraçada?
aLi Se apagou..
mudou de cor
mudou.
coitada..
ah,minha menina,
minha querida alma amada
olhe pra mim,
não se deixe perder pela estrada.

____________________________________

será que nunca te ensinaram na escola?
não se rouba alma,anjinho
e depois se joga fora.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

tudo tem prazo de validade
________logo hoje
______eu acordei com saudade.
Eleven a.m. (Edward Hopper)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Desalinho

tela: O dia seguinte (Edvard Munch)

Gelo quando queima
é mais ardente que o inferno
Deus,
não aguento tanto inverno!

Eu vou

chuva
frio
dão
teza
pequena
curta
não!
grande
enorme
sem "fim"
sem "breve"
morte,
por favor
me leve.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tarde

tela: The Vampire( Edvard Munch)
Sob o pisar do tempo
esmagado,gritava o vento:
"amor,não se vá!"
e mil quilômetros correndo
querendo chegar a tempo
(como se houvesse de chegar)
tornava a implorar,tremendo..
e vendo em outras mãos,os dedos
os braços em outros braços
o enlaçar de pernas como casamento
em um olhar que não era seu
a trocar..
um errado bem bradava
pois nunca tivera nada,
mesmo assim, perdeu.
e da boca o salgado
pungente espumava:
"ah,amor,não se vá!
eu.."
tela: Weeping Nude (Edvard Munch)

Se o vôo atrasar,a campainha tocar
ou o pesar doentio das lembranças
inquieto] te chamar da janela:
Esqueceu as malas!
pelo amor de Deus,Outubro,não venha.

respiração



todo ar
solto
em retorno,
vem
ao encontro
do outro,
contornar
contando,
pegando
como torno
o contorno
do par.

domingo, 23 de agosto de 2009

Dentro de alguém
jamais se sabe quem.
Tudo é poesia
do riso à agonia

o bem,meu bem
espera a primavera chegar
e é meu,e será seu
meu ventre
ainda seco e pequeno
quando a porta abrir
pr'ele entrar.
E morenos serão nossos filhos
morenos:
como a cor limpa da terra.
morenos:
quando a luz do Sol encerra
e a aparencia a lua entrega,
morena,]
à areia de mar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pressa

tela: Summer Interior (Edward Hopper)


olhos nos olhos
na boca,na fala
no nariz,no perfume,
que olente, a casa exala
no batom,nos dentes
no pescoço,na sala
na noite quente
na porta,na janela
na espera
na alma,na cara
na cama,na calma
calma!

oxente!

não sou melancia de beira de estrada
e nem se desse pra ser(ah,se desse..)
não tô na missa,quermesse
tudo passa,tudo desce( ah..se desse!)
tudo é coisa inventada.Eu sou nada
e tenho fé (mas também, se eu não tivesse..) ]
caí na lama,escorreguei no gelo,tô ferrada
tô nada! tudo posso naquele que me fortalece.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

"ignorância"

"o que entendes de poesia?"
perguntou o inteligente
"sobre o que estudaste dela?"
(re)perguntou insistente
mal sabe o pobre sabido
que lá de dentro da gente
há um sentido vivo
que sai como um rio nascente
que corre um grande perigo
assim como corre o rio:
aguadamente.
os poemas são
os dentes,as orelhas,
somos nós.
assim como esse rio
que desagua em sua foz.
Pra ser um grande poeta
não é preciso estudar
tem que haver uma entrega
sentir mais que interpretar
quem estuda,sabe as regras,bê á bá
mas quem sente é poeta
com a boca mesmo recita
uns caneta nem sabem pegar.
outros são grandes mestres,
Não há como negar
mas são iguais na essência
pra gritar,pra mover,pra rimar.
letrados,sabidos,formados
matutos,mão,pé encalejado
não há didática pra ser poeta
há unicamente um dom,
que só por Deus é dado.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

sólido grande.Enormemente grande.

tela:Edward Hopper, Hotel Room - 1931


solid/ão/alma
todos os sólidos
juntos
com vida,
como animais
(uma fauna)
querido meu
oh querido
livro de bolso
conversas comigo
inda te ouço.
janela aberta
fala-me de amor
deixa que sopre
entre as cortinas,
em meu ouvido
vento de dor.



domingo, 9 de agosto de 2009


e quando o sim era não,
me perdi..

recadinho

lembra do outono?
você lembra?
como as folhas caíam mais bonitas
no quintal do vizinho?
não há nada de racional na tristeza
e o quintal seguinte
há de ser sempre o mais bonitinho.
mas o nosso é próximo
depois do penúltimo
e os últimos,meu anjinho
serão sempre os últimos.

Seja como um passarinho solitário no telhado
e tenha sempre orgulho deste retrato
do outono..
pense nas flores(folhas secas)flores pra todo efeito
espere sempre a estação terminar
porque a vida,anjinho
ah..
só tem graça desse jeito.


[Saí,não sei a que horas volto. com o celular.
olha a caixa dos correios,esquenta o jantar.
um beijo
]

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu
choveu..

terça-feira, 4 de agosto de 2009

sólido grande


não que eu ande depressa
é que não me param na rua..

sábado, 1 de agosto de 2009

Aos ignorantes

desculpem a expressão do dia
isto é uma poesia
ou como queiram:
um poema,
sem problema.
poema num é livro
é algo perto do sentido
e se é doce e bonito,
em poucas linhas se sente.
assim como rir é bom
mas rir de tudo é desespero
poema tem que ter o sabor
e versos demais-às vezes-
é exagero.

dados:
ignorância

s. f.
Estado de quem ignora.Falta de ciência ou de saber.Incompetência.
ignorante
adj. 2 gén. s. 2 gén.
adj. 2 gén. s. 2 gén.
Que ignora.Que não tem instrução. O que não sabe bastante da sua profissão.