terça-feira, 31 de janeiro de 2012

1. Não há dia que não seja espera
Nem espera que não seja a morte.

Lst

sábado, 28 de janeiro de 2012

Cego

O amor matou minhas chances de cura
E numa armadura trancou minha sorte
Mal sabe,pobre criatura,
Que sinto-me viva
Na minha morte.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Lst n1

Que os passarinhos, as árvores, as duas horas e tantas
Saibam que estou sofrendo
E do risco bendito da morte, que em mim esta vivendo
Que o sonho repetido há 20 noites
Lamente, comigo, esta dor
Que a tristeza e a lamúria
Saibam que as sei de cor
Que saiba, também, meu coração
_____________[Este, mais ainda e sem dó]
Que a base do sim é não
E todo mal antecede a um pior.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Meu amor, esta é a última

Que Deus se aposse de mim
Como um faminto à beira d'um prato
Que me afogue no mar sem fim,
Me esmague,com fé,em seu rastro
Que eu me dane em paz
Pro rio que me carregue
E no casco de seu navio
Uma onda tirana me apregue.

Senhor, não faça demora
Nem imagine que sou fraco
Meu enlace é sincero e não faz hora
Lá na praia já larguei o meu barco.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bom dia de um fingido

(repostagem)

"Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar." (Clarice Lispector)




De um modo muito qualquer, dei um repouso ralo de umas três horas, à noite,antes que o despertador tocasse o aviso de que já era dia, mesmo sem ser. Levantei, e a única coisa viva que avistei na minha frente, como de costume, foi a sombra feia de um rosto. Nunca observei nos detalhes mais íntimos do meu rosto. Em verdade, nunca observei nada de tão íntimo em mim. Quando não se sabe bem de que forma conduzir uma conversa com alguém, é comum que a gente se mantenha distante, como um vizinho de quarteirão, no mínimo. Sempre me fui alheia. Nunca houve melhor forma de proporcionar bem estar a mim mesma, ainda que falso.

Vivo há uns três ou quatro calendários da minha vida sem presença de campainha, nem de palmas na porta. Não há vida melhor. Vez ou outra faz preparação de chuva e uns pingos vadios aqui, ou ali, vêm me incomodar na janela pra me manter informada. Aos domingos, finjo um sorriso costumeiro de bom dia, na portaria, enquanto saio pra um passeio sem rumo (também fingido). No resto da semana faz Sol. Mais nada. E eu aterrada na minha zona de conforto feita de galhos finos, prestes a se partirem. Ninguém vê, e eu estou bem. É como quando acordo antes da hora e cambaleio com a perna dormente pra tomar água. Quem vive só, tem uma forma estranha de tomar água...

É incrível a sensação de se fazer tudo sem satisfações, desprezando, claro, o lado ruim que te rende um desleixo desgraçado. Mas tudo bem (pra quem está bem). Tudo tem sido encantador, e o soluço silencioso e suave do vazio, tem feito muito bem a tudo: coração,cabeça,pele,cabelo... Ah, e não há melhor companhia de final de semana que a solidão.

Eu durmo todas as noites, um tempo razoável e razoavelmente bem.Finjo bem, acordo bem: 5:15 do dia, e antes de engolir meu café, da janela respingada, com os dedos grudados na caneca azul de louça, eu tenho um rosto escuro e toda a alma em apelos secretos feitos ao céu.

Amor sucio

Chegou até meu terraço
num dia desses que chovem.
Reconheci seus pés molhados
já de longe...
Me escorregou a mão
nas costas escuras,de bronze
e partiu,
sem se importar que eu despertasse do espanto,
de...va...gar..zi...nho.
Nada se diz a seu respeito hoje,
nem sabe ele, de meu desalinho,
só lembro de seu rosto abrigar um pássaro
que conseguiu atravancar o meu caminho.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Jantar

Felicidade
É refeição de quem se engana
Tanta sorte é divina
Não tem natureza humana.
Minha alma é uma nuvem carregada, prestes a chover.


choveu...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sonhei um poema pra Maina

Meia noite e vinte e um:
Num suspiro de um sonho, acordei
4 6 2 3 1
Sorte no bicho, pensei
Não fosse a chuva lá fora...
Vi a sorte e respirei.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A saudade é um laço
em cima de um nó
de marinheiro.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Qdr nº 1

Te explico nos versinhos, queridinha
As coisas do coração
De inverno ser mais triste
Quando nasce no verão.