segunda-feira, 22 de junho de 2009

os carros passam
na avenida
e Deus nem liga
nem liga..
olha Deus atrás do poste
olha a sombra
olha a mão na avenida
olha os pés
correndo da morte
Deus finge
que nem Liga
e liga
desliga
liga
desliga
até queimar
carvão
que matéria quando queima
se transforma.
Deus ligou
ou não?

sábado, 20 de junho de 2009

olha quanto chão
olha a fumaça correndo,fugindo
olha a noite
o balão indo
olha!
olha colorido
menina, olha a barra do dia se descosendo do teu vestido!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Calma!
deixa as ondas subirem à praia
deixa que vente pro barco ir partindo
deixa o sol indo e vindo
deixa chover
deixa secar
deixa..

quinta-feira, 18 de junho de 2009

observando da varandinha
do lado de fora
d'onde se vai pra curar tudo:
Deus,como está o mundo!

e como uma velhinha lenta
que andava já meio assim..
Fui embora pra casa
e cuidei do meu jardim.

sábado, 13 de junho de 2009

O Sol saiu hoje como uma maçã
Ao som de uma flauta de pifano
transversal,aguda
Como enverdece a folha da arruda
de manhã

sexta-feira, 12 de junho de 2009

olha pro céu,meu amor
ouve a canção
hoje é festa
do lado de fora
do meu coração

quarta-feira, 10 de junho de 2009

tava prestes a chover
o vento armou o guarda-chuva
veio o Sol com seu "querer"
e levou embora a chuva
hoje o Sol se desfez dela
que está livre pra cair
Mas o vento agora sopra
onde ela não pode ir..

terça-feira, 9 de junho de 2009

agora é assim,depois passa
Deus tem sempre uma hora
mas quantos
quantos dias são agora?
o amor era grande
um menino
tão grande ,meu deus!
que um dia de tão alto
bateu a cabeça no céu:
morreu..

segunda-feira, 8 de junho de 2009

se um dia chover bem forte
e eu tiver a sorte de me abrigar
num teto que não seja certo
mas que tenha perto algo pra apoiar
as mãos quando estiveram sujas
de lama da rua,de tanto molhar
eu juro que eu pulo o muro
eu corro, eu grito fundo
Até eu me secar
na sombra de uma laranjeira
que na brincandeira
esqueci de contar
da lama que melou a grama
que sujou a faca,que pôs-se a cortar
o verde que parece musgo
que esfregando o dedo da pra se pintar
a tela que seria bela se não fosse aquela
Feita pra chorar
Nas mãos de quem não tem pincel
nem dedo nem anel,nem tinta pra marcar
o traço que seria um laço mas que de desfez
de tanto se enlaçar
Na corrida que seria a vida,mas que na partida
a gente quer ficar
e o muro que fica no fundo, inda espera mudo
a hora de pular
alguém que nenhum medo tem,que caso for além
ainda vai voltar
e o pulo que seria pulo
sobe e desce o muro
Sem pés pra pular.

domingo, 7 de junho de 2009

jo-ga pe-dra
de
repente.
a pedra só doi
no pé que caiu.
na mão que soltou
nada se sente.

sábado, 6 de junho de 2009

o vento parou
o tempo perdeu-se
virou-se em alma.
o relógio gritou
pra si mesmo:
"Calma!"
água venta escuridão
vinho tinto
do suco escuro
da uva
não há quem recite
algo mais triste
que a chuva

sexta-feira, 5 de junho de 2009

um dia
sei que morro
tarde ou cedo,
de prazer,
desgosto,
coragem
ou medo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Depois de um tempo cega
volta a luz aos olhos de Charlot
num clarão tão grande,que chovia pedra
uma tristeza assim.. que se confunde à morte


e como fosse um vento que passasse forte
Que carregava um velho que usava terno
soprava uma voz vinda do norte:
"calma,menininha,é só o inverno"