terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade?"

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

...


E por lembrar mais de Maria que de mim
É que vivo como um barquinho
Desses soltos na maré
Não me movo sozinho,vou onde ela quiser
Amo tanto,amo mesmo
calado e baixinho
E amor tão grande e desse jeitinho
Nunca se sabe o que é.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A rosa desfolhada

[...]
Silenciosa
Ficou a rosa
No chão despetalada
Que eu com meus dedos tentei a medo
Reconstruir do nada:
O teu perfume, teus doces pêlos
A tua pele amada
Tudo desfeito, tudo perdido
A rosa desfolhada.

V.de Moraes

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

meu amor,juro por Deus,me sinto incendiar..
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domingo, 30 de novembro de 2008

Seu espinho,seu espinho
Em conversas com a flor
Teria ela lhe dito
Que mentira acaba o amor?


mentira acaba o amor.Mentira acaba mesmo o amor.Mentira não é amor.Definitivamente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

São João


Não fosse o som dos fogos a estourar e colorir de azul e vermelho o negro céu, ela teria ouvido quando ele murmurou “eu te amo”. Mas seus ouvidos atentavam-se à dissonância toda; nos olhos arregalados fulgurava o reflexo policromático da pirotecnia. Pois assim, não ouviu o som e tampouco viu os lábios bailarem na confissão apaixonada e vã. Ao cabo de tudo, ainda num redondo riso, a fascinada menina disse ao frustrado menino “deve ser lindo ver os fogos com quem se ama, né?”.

O rapazote mantinha os olhos no chão. Encarava o sapato, cabisbaixo como são os corações partidos. Respondeu um “é, deve ser” de malgrado. Teve tanto ódio daqueles fogos que, por reflexo, engoliu a paçoca numa mordida só. Engasgou. Debateu-se. Sufocou-se.

Antes de morrer, não disse coisa alguma. Apenas pigarreou, esperneou, cambaleou, roxeou, desfaleceu. A menina se apercebeu do óbito apenas quando a última luz brilhou no alto e o som se calou por completo.

Silêncio na noite de São João.


Rodolfo Viana

sábado, 15 de novembro de 2008


Meu amor,Rosinha,tem nome de saudade
Vive fora da cidade,e eu já não sei o que faço
Pra chamá-la de uma vez pra morar aqui comigo
Dormir na rede da varanda, fazer dela meu abrigo
E de noite,se deixar..ah,se ela descuidar
Vou abraçar tanto e beijar,mas antes eu nem aviso.

O meu amor, ô dona Rosinha
É uma coisa tão minha,tão fina e bonitinha
Que não me canso de olhar
E quando chego bem cansado daquele trabalho duro
Fico pensando.. durmo,não durmo
Só sonhando.. vendo a hora ela chegar
Pra jogar fora saudade e cansaço
E quando ela chega..
Fica me esperando na janela a tarde inteira
E à noite faz fogueira pra esquentar o meu abraço.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

outra vez
Mas desta vez..
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos..

Cecília Meireles

sábado, 1 de novembro de 2008

Para uma menina com uma flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino,
o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.

E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras.

E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte
eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.

E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta,
e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando.
E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.

E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena;
é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.

E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha
- a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa.

E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

Vinicius..

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Demência


do Lat. dementia


s. f.,
perda total ou parcial das faculdades mentais;
estado de demente;
loucura.

















Me deixe,por favor.

sábado, 25 de outubro de 2008

.



O meu bem
Tem um rosto tão claro quanto a lua
Que à noite parece estrelas nuas
E brilham lindas e fortes aqui
Tem uns braços tão delicados
Que quando fazem abraço
Parecem donos de mim.
Os lábios são como rosas
Mas nem elas são tão cheirosas
Nem beijam romântico assim.
os pêlos, o corpo inteiro
Como boninas no terreiro
como um jardim.
Suas mãos são tão bonitas
Que mais parecem de criança
Tão leves como quem dança
Uma valsinha no céu.
Ah, se ele soubesse o quanto gosto
Gosto dos seus pés,que me seguiram
E gosto dos seus olhos que são meus.
E eu sei,e meu bem sabe
Que ninguém é de ninguém
Mas o meu bem é dele só
E o dele meu também.
E é pra muito,não tem pressa
Tudo leve e solto como passarinhos
E como o meu amor não será breve
Lê-se devagar esses versinhos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


[...]
E tudo vai ficando triste,chato
Tédio, vai morrendo tudo
Até o cansaço aparecer
Mas ah,meu bem,não se vá
Que o cansaço também vai morrer..

sábado, 18 de outubro de 2008

"E eu fico um pouco triste,um pouco sem saber.."

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008

[..]E quem conhece minha mulher
Sabe que ela é só minha
Nem desconfia a pobrezinha
Quão amada é, que não é sozinha.
É minha rosinha,de mim só,de mais ninguém
Falta só ela saber que é minha mulher
Quem me faz esse favor? Alguém?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Olhinhos de veludo

Olhos sérios de veludo,pr'onde olham assim?
Que sempre os vejo, sérios,mudos..
Tudo parecem olhar,menos a mim
Que pena eu tenho,olhos ingratos,de vocês
que perdem assim,ao não me olharem
Um amor tão grande,que ninguém tem
Mas eu num ligo,olhinhos,tem nada não
Hei-de um tia ter comigo,não só os olhos
Mas também o coração..


Tenho sempre pra mim que esperança
É coisa que num morre,não
Ou se esconde dentro da tristeza
Ou vive por viver, em vão..
Mas morrer que é coisa assombrosa,
Ah, olhinhos, morre não..
Guardo aqui uma fezinha,grande,maior que o mundo
Ah,quem me dera, é uma vontade só minha
Ser namoradinha desses olhos de veludo..
.

























Ex-amor, permita-me dizer:
És o que de mais desprezível
Na vida eu cheguei a ver.

Pra Liz

Eis que surge lá no céu
Em luzes fortes a brilhar
Um disco belo em tom pastel
Nervoso de tanto girar
E a moça em estado paralisado
Olha e vê o não habitual
Disco voador tão almejado
Pousando ali no seu quintal

Leonardo Guimarães

p.s. obrigada,Leo
Liz que adorou.

domingo, 14 de setembro de 2008

Eu

Não fosse o amor,esse ser tão bobo
Eu seria bem mais,muito mais que sou
Não fosse o coração, tão cego e tolo
Eu poderia me guiar,dizer aonde vou
Não pertenço mais a mim,nem sou forte
Como folha no quintal que o vento levou
É que só sei amar, como poucos sabem
Amor,na verdade,é só isso que sou.

sábado, 13 de setembro de 2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008


E eu que prometo não regressar
Deixo sempre meu barco alí
E quando acordo,ah, enfim..

quarta-feira, 10 de setembro de 2008



Se acaso por essas ruas
Um dia passares,alegria
Me leva em teus braços
Que eu aqui não quero mais ficar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Passarinho


-Diz como saber,pássaro
O motivo que todo dia
Te faz cantar bem assim
E essa tua alegria?
De onde sai?de onde vens
Que não vejo aqui
Motivo tanto pra sorrir
E esse teu ninho,
Aonde vais buscar?
Me dá um minuto
Dessas tuas penas
Eu quero entender tudinho
talvez me entendas
Quando eu explicar:
Eu,por exemplo,vivo sozinho
Na verdade, eu vivo comigo
Mas eu só, sou pouquinho
E quando chove,passarinho
Ah..

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Morre aqui, raiva minha


Com terror e pensamentos
E as tuas canções
Dorme em paz,passeia, voa
Morre aqui,pra nunca mais.
Vai pra longe, pra bem perto do Sol,
Bem perto.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008





O relógio lá da praça
Tece hora feito teia
E nunca é hora
Hora exata
Hora completa
hora e meia.
E os olhos giram
bem redondos
Banco por banco
Praça cheia
Qual funcionar
De um relógio
Gira em voltas
Não vadeia
Tantas pernas
Mãos e braços
Giram nervosos
Praça afora
gira o homem
O azul e o pardo
O céu cansado
A velha senhora
Giro eu,os carros
o menino deitado
mendigando esmola
vai girando tudo,todos
como um globo,volta inteira
E o relógio lá da praça
Tecendo a hora feito teia
Me perdi,e agora?
Já são nunca e meia.

domingo, 27 de julho de 2008

Mudança de endereço


Ao ir embora , queridinha, deixo-te um aviso:
Vou-me sem saber pra onde,não te preocupes comigo
Que o meu nome já se foi com o vento,meus beijos não mais tens
E levo somente na memória, o grande mal que me fizeste
Vou sem medo de ir embora,não sou mais tão inocente
Já era mais que na hora,acordei,ainda bem!
Pois precisas me ter mais amor, querida,e eu também.

quarta-feira, 23 de julho de 2008


oh,Preta quando a tardinha cai,bate aqui em mim
Mil gotinhas serenando,uma chuvinha sem fim
E o coração cá,bem quietinho,preta, te esperando voltar
E o peito aberto,suspirando, suspiros de um gostar
Que de longe já se vê,é só teu,sem duvidar
E onde tu fores,não te esqueças de lembrar
De guardar minha lembrança sempre,sempre em teu pensar
Que é pr'eu ter paz por aqui,minha pretinha
E pro teu coração se acostumar.
E se algum carinho te fizer falta e a tristeza te confundir
jogue a saudade fora,bote meu nome no bolso,Preta
pra não se esquecer de mim.

sábado, 19 de julho de 2008

..


Por amor não se faz tudo
Não se modifica pra aprazer ninguém
O amor por si só já é agrado
E nunca haverá de ser válido
Transformar-se por alguém.

O coração desconhece predicados
Não abusa do tempo a escolher
A verdade do amor é ser amado
E amar sem saber por que.

Pois,que saber já não é amar
O amor é incerto,duvidoso,ao Deus dará
É como uma manhã chuvosa
Sem a certeza se virá o Sol.
Mas, o amor precisa ser de dois
Como a cama e o lençol
Que faz sempre frio lá fora
E frio não é coisa que se sinta só.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Joivelina no bailinho do mará


No bailinho anual do mará
Eu ia cheio de pretensão
Pra ver Joivelina dançando
E aqueles dois quilos de melão
E um conjunto bem dotado
De corpo,roupa e sapato
E eu suando pela a mão.

Tinha umas pernas bonitas
Coisa mesmo que veneno
Me emociono aqui dizendo,
M'arrepio só de lembrar
E aquele cabelo bonito
Chega enfeitava o vestido
Dava até gosto de olhar.

E a moça sozinha
Danou o pau a dançar
O salão emudeceu
Parou tudo pra olhar
Aquele anjo comprido
E com aquele vestido
Ô danada, vou falar!

E foi uma euforia arretada
Nunca antes se viu
Uma moça respeitada
c'um dançar daquele feitio
Rodopiando pelo Mará
Se oferecendo pra ser par
De gente que nunca viu

E no dia depois do baile
Coitada de Joivelina
Lascou-se no cacete
Que sofreu da mãe Ardilina
Que não via outra solução
Que não fosse a correção
Na peste daquela menina.

Mas a loucura de joivelina
É coisa que vem de berço
E num havia quem fizesse
O mal mudar de endereço
A criatura trazia na cara
Uma safadeza sem par
como vagabundas nuas
Tomando banho de mar.

Hoje, oito de Julho
Dia tão comum assim
Vendo o tempo passar
Hora por hora,sem fim
E a chuva cai aqui fora
Parece molhar só a mim.

sexta-feira, 4 de julho de 2008


Chinelo velho no canto da sala,
um par de meias esquecidos sob a cama
Lençóis mexidos como ovo frito
corpo doído,como quem ama.

Luzinha quebrada,abajur jogado
Cortina velha,costurada
Com tanta coisa aqui no quarto,
Onde será que deixei minha alma?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Faz frio
E frio num é coisa que se sinta só

segunda-feira, 30 de junho de 2008

pintura: Pablo Picasso

A vida é um sei lá,né?


Ah,minha querida
Se por toda a vida vivesse a colher flores
E despertasse assim, a cada manhã em ti, todos os amores
Plantaria em mim um imenso jardim
Com rosas lindas pra te abraçar
E todos os dias,cada florzinha em teus cabelos:
Um lindo espetáculo, e quanto a mim
Ah,minha querida,
Tão apaixonado..

Vem e olha a flor, que eu trouxe pra te dar..

quinta-feira, 26 de junho de 2008



João ninguém


Dentro daquele copo havia uma mensagem, e naquela garrafa cheia de saudades dançavam nuas na bebida todas as vontades.. E na demência das horas mal vividas, a pele úmida pelo sereno das noites se combina com o rosto triste de barba quase crescida.
É um homem simpático,de médio porte,tem todos os dentes,mora sozinho,sem filhos,35 anos, com aparência mais jovem.Seu único vício é a "malvada".

sábado, 7 de junho de 2008

..

És,meu bem,
Um dia de chuva,um dia de Sol
Todos os rostos, no desenho à carvão
E de todas as formas
És da multidão
De Maria, de Pedro, de João
De tantos abraços,bocas,corações..
Sorrisos, cantigas ..
De todas as cores,do mar e do céu
És do mundo, e o meu mundo te perdeu
És de tudo, de todos, alma e corpo
Menos meu.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

cansaço, cansado,cansei

[...]E em uma dessas idas e vindas,meu bem
Podes até não mais voltar
E encontrar uma saída, para algum outro lugar
E cá ficaremos, meu coração e eu
A esperar por quem de nós há muito se perdeu,
Mas, como o caminho é duplo
Tu podes querer voltar
E numa dessas vindas, não mais me encontrar
E rindo em outros braços, bocas,corpos,lugar
Tu me avistarás cantando
Qual música não me quiseste cantar..

sexta-feira, 23 de maio de 2008

amanhã é Sábado : )


O Sol se pondo e vai chegando
O final da sexta-feira
Não se atormente, ô Maria
O Sol se vai, mas que besteira!
Quem me dera todo dia fosse final de sexta-feira
Pra pular no outro dia na varanda a noite inteira
Vai-se embora a tardinha, ô Maria, mas não chore não
Amanhã é Sábado, Maria minha
E caso ainda não saibas, tem samba no meu salão.

sexta-feira, 16 de maio de 2008


Sobre a mesa, calado,imóvel, havia um vaso.Não era um vaso chinês, nem era nada artesanal, num era nem pintado. Era puro, só o barro. Um barro rústico, com algumas flores feias.. murchas... Não quis questionar-embora vontade não faltasse- o motivo pelo qual aquele vaso me olhava, olhava insistentemente.Nunca tive muito gosto pra vasos, na verdade, eu nunca sequer observei aquele vaso de barro em cima da mesa. Mas, era de muita petulância, esparramado na minha mesa, com aquelas florzinhas. Cinco florzinhas.Eu lembro ter visto uma ou outra vez aquelas flores, alí pela sala,lírios cor-de-rosa, dava pra ver um quase morrendo entre seu pendúculo e o vidro da mesa. Mas o vaso, eu nunca havia notado antes. Nunca.
Deveria ser só um objeto, mas, nunca havia mexido tanto comigo a presença de um vaso. Juro que, desviava o rosto e tentava direcionar minha atenção a qualquer outro espaço da casa, mas, aquele vaso me atraía fortemente com aquele olhar misterioso. E ficou assim, durante toda a tarde. Chuva,vento,solidão,tristeza,aquele olhar incessante e eu aqui, sem entender aquele vaso.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Com tua permissão, tristeza

Quem diria,alegria
Que irias embora tão cedo?
Quem eras tu que não podias
Ver um chorinho, que morrias de medo
Prometeste de pé junto um dia
Nunca hei de esquecer:
"Vou viver aqui pra sempre
Até um dia morrer."
Mas foste tão mesquinha,
De até falsidade usar
Quebraste tua promessa
Foste embora sem despedida
Bastou isso pra tristeza se chegar.

Empresta teu colo, tristeza
Agora que estamos a sóis
Foi-se embora tudo o que eu tinha
Agora só restamos nós
O peso dos meus olhos d'água
E o vazio dos lençóis.
Vou apoiar minha cabeça
Deixa que eu faça abrigo
Pra juntamente contigo
Poder enfim descansar
E ficar até o fim de tarde
Pois, não tenho pr'onde ir
Não nego,
Deixe-me por aqui
Talvez eu encontre assim,
A paz que tanto espero.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Meu bem...

Ah, por que és tão inconstante
Por que vives tão distante, tão longe do meu querer?
Ah, meu bem, quão bom seria, se por um dia
Tu pudesses claramente entender...

Um menino, um menino veio me dizer
Que o vento soprava forte
Um pássaro veio do norte
Só pra me dizer...

Ai, como seria mais belo
Dois pares de chinelos
Coloridos, colorindo...
O Sol visto da varanda,
Um cheiro forte de manga
Um sorriso de manhã...

Mas, um menino, um menino veio me dizer
Que o vento soprava forte
Pássaro veio do Norte,
Só pra me dizer...

Ontem eu sonhei com a sorte,
Dentro de um longo pote
Cheio de algodão
E as notas de uma canção
Vinham fazer festa nas nuvens
Nas brechas de um coração...

E um menino, ah.. um menino veio me dizer

terça-feira, 22 de abril de 2008

Que eu penso, que eu só penso, mas que...

Ah, se soubesses, talvez... Assim...
Que faço versos pensando em ti

terça-feira, 1 de abril de 2008

Sou um jardim cheio de flores...

...E a solidão, é uma triste menina
Sentada sob uma arvorezinha
Esperando alguém passar
E se lembrar de perguntar
O que tá acontecendo
Se faz sol ou está chovendo
Naquele triste jardim.
É também um fim de tarde
Um pôr-do-Sol sem charme
Sem ninguém pra admirar
É uma rosa doente
Girassol sem sementes
Música sem se cantar.
Um cofrinho sem moedas
Um peseudo-poeta
Citando versos sem rimar.

Lizandra sei lá de quê

segunda-feira, 24 de março de 2008

E hoje...

A propósito,ou não..
Eu vi uma flor
Hoje, logo cedo
Uma linda flor rosa
flor-rosa
E ao olhá-la,não sei...
fosse ela humana
Talvez aí, sim...
Aí sim...
Seu perfume
Seu rosto de neve
Declaro agora greve
Às outras belezas...

Liz...andra

sábado, 16 de fevereiro de 2008

E mais uma vez o inverno vem como um verão...
O calor absurdo e essa chuvinha, como um pulsar lento de um coração.
A alma pesa, como uma brisa solitária....
Mas ninguém conhece nada
Ninguém conhece a lágrima de quem sorrí
E é tão mais fácil ficar sozinho quando em casa tem alguém a esperar...
Não deixarei que meu Outono perca suas folhas nas cores da primavera
Pra isso tenho braços que me servem pra garantir o calor do meu abrigo
Quando tiver pra onde ir...
Com vestidos leves pra deixar o vento levar
Sol,Sol,Sol, mar....
Ah, os braços que me perdoem,
eu decidi voar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tem tanta gente bonita,
Feia e engraçada também
E no meio de tanta gente
Dificil é se encontar alguém
Criança,adulto e seu Zé
menino,menina e moça
Tristeza?ah isso nem voga!
Tem gente alegre,feliz...
Pivete correndo, escorrendo o nariz
Se alguém perguntar todo mundo diz:
Missa,festa,eu não abro mão
Muito tempo passou e já é cultura
É tradição na vida destas tantas criaturas
E tudo que é vistoso,agradavel e bão
ah,meu amigo, eu digo:
Você só encontra na festa de são Sebastião.

A festa acaba hoje.
rss
Lizandra Santos. Um beijo pra minha mãe. =*

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Maria

Quando Deus fez Maria, não teve muito o que estudar
Planejou olhos negros e compridos e um jeito leve de falar
Cabelos e pele também negros, e um sorriso de se invejar
Deu-lhe também muita alegria, como a luz do dia a irradiar
Deu-lhe pais muito severos, pra que pudessem lhe educar
E estes deram-lhe muito carinho porque isso não podia faltar
Tinha também uma casa, roupas limpas e comida
E assim como toda menina foi à escola estudar
Estudou todos os livros e seu pai orgulhoso e tranquilo, fazia questão de lembrar
Era tímida e sem feição bonita, mas era um anjo que só vendo!
Tinha um amor que não cabia em si,via a maudade como veneno
Não era menina rica, nem moça fina e formosa
Porém, sua alma divina, era bela como uma rosa
Quem visse só de rosto dizia: que menina desprendada!
Mas no fundo ninguem sabia, o final de sua jornada
Vinha noite, ia dia, Sol,Vento, chuvarada
E nem ela mesmo previa, o que por fim a esperava
A vida dá ao rico riqueza e ao pobre dor e miséria
Mas um dia o dinheiro acaba e a miseria fica velha
A certeza é sempre essa e ninguem há de duvidar
É que Deus dá a recompensa a quem é bom e sabe esperar
Pois foi o mesmo com Maria, inocente e boazinha, que o Senhor resolveu criar
Teve um destino certeiro, saúde paz e dinheiro e um amor pra lhe agradar
Deus promete e não falha, e assim foi a historia da moça que soube esperar
Foi humilde, gentil e caridosa e sempre segura, que Jesus não lhe ia abandonar
E o resto já se sabe, não é preciso que eu narre detalhes e bla bla bla
Foi assim mesmo como Maria, e pra rimar com meus versos: Maria do Juá.