segunda-feira, 8 de junho de 2009

se um dia chover bem forte
e eu tiver a sorte de me abrigar
num teto que não seja certo
mas que tenha perto algo pra apoiar
as mãos quando estiveram sujas
de lama da rua,de tanto molhar
eu juro que eu pulo o muro
eu corro, eu grito fundo
Até eu me secar
na sombra de uma laranjeira
que na brincandeira
esqueci de contar
da lama que melou a grama
que sujou a faca,que pôs-se a cortar
o verde que parece musgo
que esfregando o dedo da pra se pintar
a tela que seria bela se não fosse aquela
Feita pra chorar
Nas mãos de quem não tem pincel
nem dedo nem anel,nem tinta pra marcar
o traço que seria um laço mas que de desfez
de tanto se enlaçar
Na corrida que seria a vida,mas que na partida
a gente quer ficar
e o muro que fica no fundo, inda espera mudo
a hora de pular
alguém que nenhum medo tem,que caso for além
ainda vai voltar
e o pulo que seria pulo
sobe e desce o muro
Sem pés pra pular.

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