sexta-feira, 16 de maio de 2008


Sobre a mesa, calado,imóvel, havia um vaso.Não era um vaso chinês, nem era nada artesanal, num era nem pintado. Era puro, só o barro. Um barro rústico, com algumas flores feias.. murchas... Não quis questionar-embora vontade não faltasse- o motivo pelo qual aquele vaso me olhava, olhava insistentemente.Nunca tive muito gosto pra vasos, na verdade, eu nunca sequer observei aquele vaso de barro em cima da mesa. Mas, era de muita petulância, esparramado na minha mesa, com aquelas florzinhas. Cinco florzinhas.Eu lembro ter visto uma ou outra vez aquelas flores, alí pela sala,lírios cor-de-rosa, dava pra ver um quase morrendo entre seu pendúculo e o vidro da mesa. Mas o vaso, eu nunca havia notado antes. Nunca.
Deveria ser só um objeto, mas, nunca havia mexido tanto comigo a presença de um vaso. Juro que, desviava o rosto e tentava direcionar minha atenção a qualquer outro espaço da casa, mas, aquele vaso me atraía fortemente com aquele olhar misterioso. E ficou assim, durante toda a tarde. Chuva,vento,solidão,tristeza,aquele olhar incessante e eu aqui, sem entender aquele vaso.

Um comentário:

Lua disse...

que vaso intrigante, esse, hein?
Aqui em casa eu tenho um relógio que fica me olhando a tarde toda ... fico passada!

ps.: acho os vasos figuras extremamente poéticas.
:D