domingo, 29 de dezembro de 2013

Querida Jaborandinha

Neste bilhetinho a minha vontade é enchê-la de carvão. Meu lenitivo imaginário sempre foi encher a sua cara de carvão como fazem os torradores de castanha de caju em pleno verão quando as castanhas secas estão no ponto pra serem queimadas e vendidas na beira da pista. Minha doce e querida florzinha cultivada no meu quintal e regada mês em mês, tens um rosto tão suave que mais me lembra um açude em tempo de chuva. Tudo em ti é chuva, é inverno, é verão, é o calor do fogo torrando castanha, é um brilho de gliter no carnaval, um cheiro de flor-de-sapo, um som de Anum. Teu rosto é sinestésico. Tua alma é sinestésica. Tu és uma doce confusãozinha  que redemoinha minha cabeça, só a tua partida que não.

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